2 de jul. de 2010

Nova Lei de Zoneamento de SJC x Apolo

Na madrugada do dia 02/07/2010 os vereadores de São José dos Campos aprovaram a nova Lei de Zoneamento da cidade. Foram 14 meses de discussões até a votação, que foi marcada por reclamação e polêmica.

Muitos moradores compareceram, lotando a galeria da Câmara Legislativa. A votação ficou parada por quase 5 horas e a Lei de Zoneamento só começou a ser votada às 23h50.

A população, a imprensa e a oposição não tiveram acesso ao conteúdo de 27 emendas apresentadas pela base governista depois das 23h50.

Sem que tivessem sido lidas e sem o conhecimento da maioria, todas foram aprovadas após a 1h, por 16 votos a favor e 4 contra.

No bairro Jardim Apolo ficou autorizada a instalação de alguns tipos de pontos comerciais.

“Não queremos mudar o zoneamento do Apolo, mas sim flexibilizar a instalação de escritórios de baixo impacto. Precisamos corrigir uma distorção gerada desde o fechamento do bairro” RENATA PAIVA (Vereadora DEM) O Vale 01/07/2010 pag 3

Conforme LEI COMPLEMENTAR Nº 428, DE 09/08/2010 realmente foi autorizado o uso não residencial EXCETO escolas...
Artigo 131 inciso IV - Nos imóveis localizados na Avenida São João e Nove de Julho, no trecho compreendido entre as Ruas Taquaritinga até a Rua Madre Paula São José, Rua Serra Negra até a Rua Guarujá, serão admitidas as atividades não residenciais de clínicas médicas sem internação, clínica odontológica sem internação, escritório de advocacia, escritório de contabilidade, consultórios, seguradoras, órgãos públicos administrativos, arquitetura, engenharia, publicidade, marketing, imobiliária e agência de turismo (...)

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21 de jun. de 2010

Prefeitura fecha escola no Jardim Apolo

Os moradores que defendem o fechamento do bairro agora resolveram fazer marcação cerrada e conseguiram que a Prefeitura fechasse no final de Maio uma escola infantil existente há 27 anos, que no início do ano mudou-se para um imóvel que fica ao lado de um dos portões do Jardim Apolo.

A Lei Complementar 165/97 Art 82 permite o funcionamento de escolas, creches e hotel infantil em área residencial, exigindo que o imóvel tenha no máximo 360m². Como o imóvel ocupa mais de um terreno, um engenheiro contratado pela escola isolou uma parte do imóvel, ficando com 355m² para adequar-se à Lei. O Corpo de Bombeiros emitiu Certidão válida até Março/2013 e a Secretaria de Educação aprovou o calendário escolar.

A taxa de vistoria da Vigilância Sanitária foi recolhida em Dezembro/2009, mas até agora a Prefeitura não providenciou a vistoria. Em Janeiro/2010, ante a falta de vistoria da Prefeitura a escola conseguiu autorização judicial para funcionamento.

Inconformados com a abertura da escola (que fica totalmente fora do fechamento), moradores de 4 casas que estão na área fechada e fazem fundos com a escola coletaram 10 assinaturas (incluindo crianças de 6 e 8 anos) e deram entrada na Prefeitura em um pedido de fechamento da escola que atende cerca de 85 crianças.

Com base nesta solicitação a Prefeitura interditou sumariamente a escola, lacrando as portas em pleno período letivo alegando terem sido infringidos dois artigos da lei Lei 1566/70 totalmente incoerentes:

Artigo 330 - É expressamente proibido a qualquer pessoa maltratar os animais ou praticar até de crueldade contra eles (!!!)
Artigo 336 - Os andaimes deverão satisfazer as seguintes condições (!!!)

Em 10/junho pais e proprietários da escola reuniram-se na Câmara Municipal e através de carta assinada por todos 21 vereadores, solicitaram ao Executivo a reabertura da escola para que o semestre letivo pudesse ser concluído, havendo o comprometimento dos proprietários em procurar um outro imóvel. Até 22/junho a escola continuava lacrada e as criaças sem estudar.

Em 17/junho a Prefeitura publicou matéria paga no Jornal O Vale onde alega que a escola não oferece segurança para o embarque e desembarque de alunos na avenida. Ocorre que a escola possui entrada lateral em rua de pouco trânsito e do outro lado da mesma avenida, no mesmo quarteirão, existe outra escola infantil que há anos faz o embarque e desembarque de alunos sem problemas de segurança ou interferência da Prefeitura.

Os problemas continuam. Acompanhe em:
O problema não é a escola, mas o fechamento do bairro...

15 de fev. de 2010

Zoneamento do Apolo

A instalação de uma escola infantil em imóvel na esquina da Av São João está causando polêmica, ganhando atenção da mídia joseense e vai provocar a reflexão sobre o zoneamento do Jardim Apolo.



O imóvel está totalmente fora do fechamento do bairro, atende cerca de 50 crianças e está exatamente em frente a outra escola tradicional, com várias centenas de alunos de todas as idades que funciona inclusive aos sábados. Se a escola maior não "atrapalha" nem o trânsito nem os moradores do Apolo, porque a pequena escola irá incomodar?

A "nova" escola por 26 anos funcionou a poucas quadras do local atual, em bairro igualmente residencial, sem causar problemas para os vizinhos. Como funciona apenas em horário comercial, também não vai afetar o descanso dos moradores das casas próximas. Apesar disso, a associação de moradores que deseja manter o bairro fechado faz de tudo para impedir o funcionamento da escola.

O zoneamento permite o funcionamento de escolas infantis, fazendo restrição à metragem do imóvel. Na reportagem está explicado que para atender as regras o imóvel foi dividido, ficando parte para residência dos proprietários da escola e parte para a escola. Com base nestes fatos a justiça concedeu liminar autorizando o funcionamento.

Trechos publicados no jornal Valeparaibano:

10/02/2010 "(...) Representado pela Associação de Moradores e Amigos do Apolo, a AmaApolo, outro grupo tenta na Justiça que as ruas sejam reabertas. Eles são favoráveis que o bairro possa receber comércios. 'Não somos donos das ruas do bairro. O que acontece no Apolo é um absurdo total', afirmou o economista Ricardo Debiase Pinto, diretor da Ama Apolo."

Esclarecemos que A AMAAPOLO não tem como objetivo a mudança do zoneamento do bairro, mas reconhece que os imóveis do Apolo com frente para as Avenidas 9 de Julho e São João deixaram de ter características residenciais a partir do momento que a Prefeitura fez alterações na malha viária para acomodar o aumento do fluxo de veículos. Portanto, da mesma forma que há alguns anos a Prefeitura alterou o zoneamento de alguns imóveis do bairro localizados na Rua Madre Paula, por que não rever o zoneamento das duas Avenidas?

12/02/2010 carta do Sr Hélio de Oliveira Pinto - Seção Carta do Leitor

'Entendo que a adequação do zoneamento de São José deve ser tratada por um grupo técnico competente, que conheça profundamente os nossos problemas urbanos e as metas corretivas necessárias para o futuro desta cidade. No entanto, tal assunto virou enorme palanque eleitoreiro, envolvendo políticos e leigos cidadãos que buscam interesses individuais ou pontuais.

Observem o seguinte: excluindo os poucos imóveis que ficaram fora do Jd. Apolo I, todos os demais imóveis localizados nas av. São João e 9 de Julho são comerciais ou grandes edifícios.

Logo, ainda que de forma mais restrita, não liberar aqueles poucos bens para comércio é relegá-los ao abandono, gerando, com isso, enormes problemas imobiliários, prejuízos para proprietários e região e, ainda, fatores relacionados à segurança do próprio Jd. Apolo I, na medida que esses imóveis ficarem desocupados. Este raciocínio dá uma idéia dos inúmeros problemas semelhantes que, já há alguns anos, vêm sendo tratados de forma primária pelo poder público.'

Afinal o zoneamento é estático ou deve ser ajustado a medida que a cidade se desenvolve?

Leia também: Adequação do zoneamento do Jardim Apolo

28 de jan. de 2010

Loteamento em Tremembé - Prefeitura manda retirar muros

Pouco a pouco os muros vão caindo em várias cidades. Depois de Niterói, Ibiúna e Tatuí, agora foi a Prefeitura da cidade de Tremembé - SP que definiu que o muro do loteamento Residencial Eldorado deve ser retirado.

Após 9 anos de batalha, a Justiça acata a solicitação de moradores que não aceitam a cobrança da taxa de condomínio e decide que o bairro Residencial Eldorado de Tremembé não é loteamento fechado.

Em cumprimento à decisão judicial, a Prefeitura emitiu notificação determinando que a Associação retire os muros, guarita, portaria e cancelas. Se até 04/02/2010 a ordem não for cumprida, a Prefeitura fará a retirada compulsória.

8 de jan. de 2010

Adequação do zoneamento do Jardim Apolo

É fato público e notório que cidades crescem e periodicamente é necessária a reavaliação do zoneamento. Assim, áreas rurais na periferia da área urbana pouco a pouco vão sendo loteadas para uso residencial ou industrial, de acordo com o Plano Diretor do município. Vias de ligação entre os bairros são ampliadas ou criadas, alterando o fluxo de veículos e consequentemente o uso das áreas próximas.

Durante o ano de 2009 o tema zoneamento de São José dos Campos foi bastante discutido e ainda será em 2010. Desde Agosto/2009 a Câmara Municipal disponibilizou no site um formulário para que a população envie sugestões para a lei de zoneamento.

Nos meses de Novembro e Dezembro acompanhamos pelos jornais, rádio e TV as reuniões promovidas pela Prefeitura e a divulgação da opinião de políticos, especialistas e munícipes.

O urbanista Cândido Malta, professor da USP e com parentes em São José dos Campos, em entrevista ao Jornal Valeparaibano no dia 14/12/2009 afirma que:
  • "o principal desafio do zoneamento nas cidades de médio e grande porte é assegurar um equilíbrio entre o tipo de uso do solo que se deseja e a capacidade de suporte da malha viária"
  • "a legislação deve considerar, com base em estudos técnicos, que tipo de construções uma determinada região poderá ter e quais serão os impactos disso sobre a malha viária. Essa relação é fundamental para que a cidade não sofra com congestionamentos".
  • "o importante é que a lei de zoneamento seja baseada em um debate democrático, sincero. Se necessário, até com um processo formal de votação. "

A Prefeitura, ao autorizar em 2004 o fechamento do Jardim Apolo, ignorou os pareceres dos técnicos da Divisão de Engenharia de Tráfego que em dois despachos afirmaram que pelo menos duas ruas do Apolo não poderiam ser fechadas por serem importantes para o sistema viário da região:

  • Despacho 1 (Chefe Div de Eng Tráfego em 21/07/2003)
  • Despacho 2 (Diretor Dep de Serviços de Trânsito em 26/11/2003)

Agora, aparentemente a opinião do urbanista está sendo levada em consideração pelo presidente da Comissão de Planejamento da Câmara de São José, Cristiano Pinto Ferreira (PSDB). Com o apoio da Secretaria de Planejamento Urbano deve ser realizado plebiscito em Fevereiro/2010 com os cerca de 70 mil moradores do Jardim Esplanada, Jardim Apolo, Vila Ema e Jardim Maringá.

Já o vereador Petiti, em seu artigo de 29/12/2009, ignora o fato de que uma cidade é um "organismo vivo" e que seu zoneamento deve ser periodicamente revisado para se adequar ao crescimento e uso dado pela população para cada região. Defende uma posição simplista de se deixar os bairros residenciais como estão.

No caso específico do Jardim Apolo a SOCIMJA e a Prefeitura criaram uma situação esdrúxula. Com o crescimento da cidade, as avenidas hoje tem um fluxo intenso dia e noite e a colocação de portões em 13 ruas do bairro transformaram os imóveis das esquinas em verdadeiros "micos imobiliários", causando enormes prejuízos para seus proprietários. É urgente reavaliar o zoneamento da Avenida São João e Nove de Julho, assim como no passado foi feito com a Rua Madre Paula (que passou de ZR para ZM-5) e mais recentemente com a área do Vicentina Aranha, que passou a ser de interesse histórico (ZEPH).

Os imóveis das esquinas hoje não são mais adequados para uso 100% residencial, a lei de zoneamento até permite o uso (com restrições) para escritórios, escolas ou comércio, mas a SOCIMJA "não permite".

O zoneamento dos terrenos das avenidas é residencial - aceitando alguns tipos de serviços - mas os terrenos do outro lado das avenidas são ZM-2 e ZM-5, possuindo lojas, escola com várias centenas de alunos, edifícios comerciais, residenciais, igreja, posto de gasolina, hotel, restaurantes...

Como dos imóveis das esquinas a SOCIMJA "desistiu" de insistir na cobrança da "taxa de contribuição", resolveu atrapalhar qualquer tentativa de uso que não seja 100% residencial, apesar de existirem estes mesmos serviços do outro lado da rua. Entretanto a mesma associação faz "vistas grossas" para os diversos imóveis dentro do fechamento que são usados como escritórios, consultórios e até escolas "livres" (atividades permitidas pelo zoneamento se o proprietário residir no imóvel). Basta pagar a "taxa de contribuição" para não ser incomodado...

A Prefeitura deve fazer valer no Apolo as restrições do zoneamento ZEPH (Zona Especial de Preservação do Patrimônio Histórico), destinada à preservação de áreas onde estão situados esses patrimônios. Teoricamente qualquer reforma ou construção na maior parte do bairro deveria ter a aprovação da o Patrimônio Histórico, por estar na área do entorno do Sanatório Vicentina Aranha.

Convidamos os munícipes, em especial os moradores do Jardim Apolo e os frequentadores do bairro a registrar suas sugestões no site da Câmara Municipal e a participar do plebiscito - caso venha mesmo a ser feito.

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